Te aquieta, aquieta
Não queira me ter
Só queira me ter agora
no tempo parado.
Esquece a excitação histérica
Ignora toda escola
Enquanto caminha no quarto
e sente o ar parado bater nas carnes
mais brancas, menos
afeitas aos tatos.
Começa a pousar teus ossos
Nas cobertas, nas mobílias, nos tapetes
Com o tempo, tudo some,
Tudo soma e acontece.
Ignora e sente meus dentes,
Larga a voz.
Entende a dor, sonda
Já estamos dissolvendo
Aperta o corpo querendo
meu espaço; estou aonde você está.
Todas as vísceras são agora,
cabelos, dedos, líquidos.
Quem podia imaginar
o mundo sem chão?
Tudo.