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Onde estão meus pés…
Onde estão meus pés; onde estão meus sapatos Estejam meus pés na estrada, meus olhos colam Nas árvores fisionômicas Escalem meus pés as árvores, meus olhos cismando no fim dos caminhos Meus sapatos são minha casa, me emprestam a vida Meus olhos me dão sonho, me dão morte Curam vida Meus pés sentem dores…
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Cia. das Coisas Inanimadas
A companhia das coisas inanimadas Eu, desanimado tentando animar objetos Abjeto, sem objetivo querendo vivificar Ânima; suspiro atrás de suspiro buscando expirar Rapidamente, por vezes devagar e quando quase parando Desânima, inerte como algum objeto inerte posto de lado Esperar sem poder, reanimar, criar Pirar, silenciosamente.
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Danação!…
Danação! Desespero! Gritos! Gritos não se ouvem, movem-se no ar num grande silêncio preto. Crivam os gritos corvos as tábuas de salvação e as tábulas rasas, bem como as covas arrazoadas dos envelopes de vida. Quem gritou não ouviu; quem desesperou, esperava. Um pedaço de nada é uma fé sem fiel, e contém um problema…
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Que sumam…
Que sumam as beldades venturosas Não quero as mães de meus filhos aeróbicos Nem o enfeite de um homem impávido Mas tu? tu partires? A alma gêmea do trapo esquálido A metade de uma jura de amor no sofrimento Sofro que sofro por aí; sofro que sofro sozinho. Ainda vago pelo nosso caminho e vejo…