Gosto mais de escrotizar é a esquerda. Isso na minha cartilha quer dizer que simpatizo. Tão avessa à crítica, já que sua causa é cristalinamente nobre, esse grupo disforme de protetores de tudo, siameses com a verdade, precisa de terapia. Ainda que esse eixo simplista seja pouco pra definir as possibilidades ideológicas do presente e mesmo que a função única da direita fosse nos foder (mesmo mais do que acumular a sua grana e poder “em paz”), não há evolução possível para quem não se duvida. Enquanto isso, o debate na raia-miúda do chamado neo-liberalismo (neo-con que seja) está muito mais articulado, menos panteônico, menos “highbrow” (é claro que não estou falando do pessoal que tem recusa – mais estética do que ética – ao Lula-sapo-barbudo, esse filho feio que a gente não sabe se deserda. Estou falando de pensar o mundo, e se armar de aregumentos – eles o estão fazendo).
Nós estamos feios na fita. Crise de representatividade, de foco, de coragem mesmo pra nos declararmos destrutores – se for o caso, mas a gente não conversa sobre isso, mesmo.