Onde estão meus pés; onde estão meus sapatos
Estejam meus pés na estrada, meus olhos colam
Nas árvores fisionômicas
Escalem meus pés as árvores, meus olhos
cismando no fim dos caminhos
Meus sapatos são minha casa, me emprestam a vida
Meus olhos me dão sonho, me dão morte
Curam vida
Meus pés sentem dores levando minha vida a ver as cores
Deixo que clamem e perfumem: não reclamo
Mas o que se forma em meus olhos nada turva
Olhos correm como os pés não vêem a hora
De estarmos
eu,
olhos, e
pés, e
sapatos
num mesmo lugar, mesmo momento